segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Snipers, o Prólogo.


Tudo na vida tem um começo, e hoje iremos conhecer o come'ço da história dos Snipers.

As técnicas, táticas, doutrina e emprego dos snipers vem se desenvolvendo com a história. Não foi criado do nada ou por uma boa idéia.

A história recente dos snipers começa na guerra de independência americana, em 1775, quando milicianos locais conseguiam acertar formações inglesas a distância. Os alvos preferidos eram os oficiais que tinham uniformes bem diferenciados dos soldados. Alguns batalhões ingleses chegaram
a perder todos os oficiais.
Os veteranos caçadores de peles locais, acostumados a longos períodos de solidão, formaram unidades de “sharpshooters” (atiradores de elite), equipados com rifles Kentucky, os quais, pela qualidade de sua manufatura e longo comprimento de cano, tinham mais alcance e eram mais precisos do que os fuzis dos soldados britânicos.

O desempenho destas unidades levava o pânico aos corações dos soldados de britânicos, que não tinham sequer como combatê-los, pois nunca os viam, ouvindo apenas o assobio da bala. Nesta época a táticas das tropas armadas com mosquetes para tiro a longa distância era atirar em massa contra a massa de tropas inimigas. Acertava mais por sorte.

Antes desta época as armas eram muito imprecisas para que o sniper fosse viabilizado. Cada Divisão francesa na época de Napoleão tinha dois batalhões de mil "sharpshooter". Estes batalhões tinham capacidade de atingir alvos a 100 metros. Ficavam concentrados em uma guerra particular ao invés da batalha geral como infantaria. Em combate atuavam juntos, formando uma força maior de cerca de 16 mil homens para concentrar contra força de até o dobro do tamanho e venciam fácil. Cada Companhia também tinha um grupo de "sharpshooter" para serem usados contra artilharia e oficiais. Na época os combates eram a cerca de 150 passos.

O fuzil de tiro de repetição da era industrial era 10 vezes mais preciso que os mosquetes não raiados. O infante logo ficou mais letal. Em 1848 surgiu o projétil em cone, chamado de munição Minié. Era mais preciso que o projétil todo arredondado. .

No século 19 já se percebia que sniper podia influenciar o resultado de uma batalha, ou pelo menos atrapalhar em muito o inimigo. Na batalha de Gettysburg em 1862 dois snipers confederados mataram dois generais e feriram outro, além de vários oficiais superiores. Direcionou a artilharia para sua posição e liberou uma frente.

Na guerra civil americana foram formados um batalhão de sniper confederado. As técnicas logo foram aprimoradas e novas armas apareceram. A lista de prioridade de alvos logo foi criada. Também ocorreram duelos de snipers. Passaram a ser usados como fonte de coleta de informação e observação. Em uma ocasião um sniper conseguiu silenciar um canhão por dois dias simplesmente evitando que alguém chegasse perto. Os snipers logo aprenderam que disparar de cima de uma arvore logo resultava em retorno do inimigo com morte certa. Só os japoneses continuaram a usar esta tática no Pacífico.

Foi o Tenente Coronel D. Davidson, veterano da Guerra da Criméia (1854- 56), o primeiro a sugerir instalar lunetas nos fuzis de infantaria para aumentar a precisão a longa distancia, além de melhor treinamento. A luneta foi pouco usada no conflito, mas aproveitaram as táticas. Na mesma guerra, John Jacob, oficial que servia na Índia, tinha um fuzil com projétil explosivo com alcance de 1800 metros. Foi testado no conflito contra uma posição de canhão que logo se retirou.

Em 1868 surgiu a tecnologia de cartucho e a pólvora de pouca fumaça. O poder, alcance e precisão foram aumentados a níveis nunca atingidos antes e era tudo que os snipers precisavam dando um grande impulso para novas táticas e técnicas.

Em 1880 foi introduzido a pólvora com pouca fumaça e mais potente. Antes a fumaça branca dominava o campo de batalh:a e a posição dos sniper era facilmente visível. Sem fumaça o efeito moral de terror dos tiros do sniper foi multiplicada.

Na Guerra dos Boers entre 1899 a 1901, os Boers, fazendeiros de origem holandesas, eram caçadores locais e bons de tiro, deram muito trabalho as tropas inglesas. Eram guerrilheiros sem treinamento militar e usavam táticas próprias. Atiravam de longe sem ser atacados. Usavam camuflagem nas roupas, face e chapéu. Os britânicos eram lentos e tinha que caminhar a noite. Os Boers eram rápidos e disparavam escondidos a longa distância. Logo os britânicos só marchavam a noite para se proteger. Os britânicos não eram treinados para tiro a longa distância tiro e nem contra guerrilha. Os Boers usavam o terreno e a camuflagem para compensar a desvantagem numérica. Mesmo assim a superioridade britânica acabou vencendo, mas com muitas lições que mudariam a guerra no futuro e seriam aplicadas na Primeira Guerra Mundial.


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